quinta-feira, 26 de julho de 2007

TEATRO DO OPRIMIDO PROMOVIDO PELO FERVE

APRESENTAÇÃO PÚBLICA: 27 de Julho, sexta-feira
HORÁRIO: 22H30
LOCAL: Praça dos 'Leões' (em frente ao Piolho)

Decorre amanhã, sexta-feira, dia 27 de Julho, a apresentação pública da oficina de Teatro do Oprimido, promovida pelo FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes.

Partindo de casos concertos, esta oficina, orientada por José Soeiro, permitiu construir uma apresentação de teatro-fórum, em torno das questões da precariedade laboral, designadamente do trabalho a "recibo verde".

Amanhã, decorre a apresentação final deste trabalho, durante a qual se desafiarão os presentes a pronunciarem-se sobre os casos apresentados, criando-se assim um espaço aberto de debate e participação activa.

Contamos com a vossa presença!

Pelo FERVE,

Cristina Andrade
P.S. Para obterem mais informações acerca da metodologia do Teatro do Oprimido, poderão consultar a página
http://www.theatreoftheoppressed.org

domingo, 22 de julho de 2007

23 a 25 Julho | no 555 | das 21h-24h oficina de Teatro do Oprimido JÁ FERVEMOS!

- A oficina, orientada por José Soeiro, é aberta e gratuita.
- Decorrerá nos dias 23 (2ªf), 24 (3ªf) e 25 (4ªf) de Julho, das 21h30 às 24h, no espaço 555 (R. do Almada, 555).
- Para participar, basta mandar um e-mail para grupoferve@gmail.com ou para teatroforum.porto@gmail.com
- A apresentação será na sexta-feira, dia 27 de Julho, às 22h30, na Praça do Piolho (Leões, Porto).
O FERVE- Fartos d'Estes Recibos Verdes – é um grupo de trabalho que nasceu em Março de 2007 e se tem dedicado a dar visibilidade ao problema dos falsos recibos verdes e a intervir sobre esta faceta da precariedade. No seu blog ( www.fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com), são já dezenas de testemunhos concretos que denunciam esta situação.
O FERVE promove durante a próxima semana uma oficina de Teatro do Oprimido à volta de histórias de precariedade e recibos verdes. O Teatro do Oprimido ( www.theatreoftheoppressed.org) é uma metodologia que usa a linguagem teatral para ensaiar a mudança social. Uma linguagem que nos permite compreender melhor o mundo e as relações de opressão que nele existem e que pode ser usada por todos (até os actores!) em todos os lugares (até nos teatros!).
A partir de situações concretas que as pessoas vivem – como as histórias que dão corpo ao blog do grupo – nesta oficina iremos fazer uma série de exercícios que nos permitirão partilhar estas situações e explorar os mecanismos que as perpetuam.
A oficina é aberta a toda a gente, não sendo preciso que os participantes tenham nenhuma preparação específica na área do teatro.
Durante as sessões de 2ª-feira, 3ª-feira e 4ª-feira iremos trabalhar na construção de uma apresentação de teatro-fórum. Na sexta iremos para a rua apresentá-la – e desafiar as pessoas a pronunciarem-se sobre o assunto.
No teatro-fórum , apresentamos ao público um problema para o qual não temos solução e pedimos que nos ajudem a encontrar soluções possíveis. Mostrando – actuando – estratégias diferentes, os espect-actores participam de forma directa na criação de um final ou de vários finais possíveis.
Pelo FERVE;
Cristina Andrade

quarta-feira, 18 de julho de 2007

caros colegas, apareçam!

O excesso de cursos, o aproveitamento da ordem e dos arquitectos empregadores trouxeram-nos até aqui (ao exige-arquitectura) para sublinharmos e elevarmos a problemática da arquitectura, ou melhor, dos cursos de arquitectura actuais em Portugal. Isto está tudo certo, e dou-vos razão e total apoio. Mas por outro lado, gostava de perguntar, onde é que estão os jovens arquitectos de portugal? Estarão todos a trabalhar muito para outros arquitectos, é certo. Mas e onde é que estão os participantes dos concursos de arquitectura? Estarão todos a trabalhar muito, é claro... ou estarão à espera dos concursos que são aprovados pela Ordem...se calhar é isso!
Só sei que nos últimos concursos que tenho participado, os jovens arquitectos portugueses participaram aos magotes! no último, que até era a nivel europeu, éramos 37 inscritos, e quem sabe até entregaram 20! Força jovens arquitectos! Não acordem que não é preciso...
(com respeito a quem dá o couro pelos outros, joao caria lopes)
P.S.: o "jovem arquitecto" não tem 35 anos, ou mais....a isso chama-se um paradigma.

joao caria


sexta-feira, 13 de julho de 2007

Opinião

As razões da criação deste bolg já são mais do que conhecidas, mas para mim repeti-las não é uma perda de tempo! Temos de acabar com os estágios não remunerados, o horário de trabalho excessivo, a dificuldade de encontrar o 1º emprego, a concorrência desleal entre ateliers honestos e desonestos... Muitos defendem que a culpa deste "mau" sistema é dos estagiários que aceitam trabalhar sem receber ou daqueles que aceitam trabalhar horas a fio. Eu perguntaria se a culpa também não será dos arquitectos empregadores exploradores? Enfim, isto é quase como a história de quem nasceu primeiro se o ovo ou se a galinha. A meu ver, discutir esta questão é uma perda de tempo! Analisei o problema alguns meses sob a perspectiva da ordem que pretende que o estágio seja um modo de dar a conhecer aos recém licenciados o funcionamento prático da actividade de arquitecto e complementar a formação maioritariamente teórica adquirida nas Universidades. Mas quantos de nós é que estão a adquirir essa formação no estágio? Eu pessoalmente só faço coisas básicas e que já não são novas... muito pouco ou nada poderei retirar do meu estágio, que até está a ser realizado num gabinete de "arquitecto estrela". Por isto acho que ordem é incoerente, os principios são bons mas depois não fiscaliza esse estágio, deixando-nos entregues à nossa própria sorte! Sob o ponto de vista do estagiário, a oportunidade de estagiar é única, mas para valer a pena só se for com gente séria! Felizmente ainda há quem tenha sorte! Segundo os arquitectos patronos é a oportunidade de poder interagir com a força e rebeldia criativa da juventude, isto para os honestos é claro! Para os outros, que infelizmente parece-me a maioria, a oportunidade de ter desenhadores de luxo, dotados de sensibidade e conhecimento artistico, mas a preço de saldo! Moral da história ganham os arquitectos desonestos contra os estagiários, os jovens arquitectos e os arquitectos honestos. Como é que poderemos vencer esta batalha? Eu tenho uma sugestão, que tal propor-mos no próximo Congresso dos Arquitectos uma revisão na Admissão à Ordem, isto é, acabar com os estágios obrigatórios. Ou seja, quem encontrar um patrono honesto com certeza que quererá estagiar, mas com o nº explosivo de alunos que saem das Universidades todos os anos, que no meu ponto de vista começa a acumular na "sala de espera" dos ateliers... será ainda mais propício a todo este sistema. Portanto eu propunha um período onde seriamos obrigados a assistir às 8h em Conferências, fazer formação em Deontologia, participar em concursos, realizar os primeiros projectos e eventualmente para quem tiver sorte, fazer um estágio profissional. Aceitam-se sugestões para complementar a proposta de revisão da Admissão à Ordem. Só assim os estagiários deixaria de ser escravizados, os jovens arquitectos teriam mais facilidade em encontrar o primeiro emprego e os arquitectos honestos poderiam ganhar mais concursos.
Luisa Marques

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Esclarecimento

Fico feliz por começar a ver reacções relativas `as questões que aqui levantamos e ao propósito deste mesmo blog. É neste caminho que pretendemos seguir.
Surgiu uma crítica no blog Gonçalo Afonso Dias, Artes e Ofícios, referente `a posição e apresentação do Exige Arquitectura. Pretendo só esclarecer situações como estas para que possamos todos entender o que nos encontramos a tentar fazer.
Respondendo a esse mesmo comentário, e pela ordem em que foram colocadas as questões, começo clarificar o próprio logo do blog, conotado de “cheirar demasiado a arquitecto”. Se de facto tal acontece, e’ porque, feliz ou infelizmente, denuncia a educação e formação que temos, meios que são os únicos de que dispomos para expor e lutar por uma causa comum.
Se este local se chama Exige Arquitectura, e não Exige outra coisa qualquer, é pela simples razão de que as situações que aqui denunciamos são, de facto, motivos mais que suficientes para que a possamos intimar. Uma vez que nós, arquitectos, subsistimos desta actividade, é por uma vida profissional digna que aqui nos manifestamos, por direitos laborais que, naturalmente, deverão ser exigidos sob a própria pratica de Arquitectura. Daí subentende-se logicamente que exijamos dignidade, uma Ordem, uma Bastonária e acima de tudo, o direito `a própria Arquitectura.
A quem o iremos exigir? A essa questão não somos somente nós, autores do blog, que teremos de responder.
A criação deste mesmo local é para que possamos esclarecer essa situação, a quem nos devemos dirigir, como e porquê nos devemos dirigir, e acima de tudo, tentar reunir uma voz plural que realmente esteja unida. Somente desta forma seremos capazes de finalmente rejeitar as situações pranteáveis que prevalecem no nosso mercado de trabalho.

Em suma, com este blog pretendemos criar um espaço de união anímica, que não existe para alem das conversas de café, para que posteriormente sejamos capazes de nos reunir fisicamente, com o propósito de defender estes mesmos direitos que aqui embrionariamente começamos a incitar e denunciar.

Este é de facto um espaço para discussão de ideias e exposição de inconformidades.
Espero que possamos contar com mais contributos como este ao qual replico, denota que de facto existe insatisfação e preocupação, bem como o interesse de zelar e exigir por dignidade na nossa profissão.

João Albuquerque

domingo, 8 de julho de 2007

Caros Colegas

Relativamente á questão dos estágios remunerados é oportuno começar por olharpara o que diz o Manual de Estágio da OA:"- Criar e manter actualizada e pública (por exemplo, através do seu site naInternet) uma lista de Entidades potencialmente disponíveis para enquadrarEstágios da OA.- Criar e manter actualizada uma carteira de potenciais Patronos.- Diligenciar, para os Candidatos que tenham dificuldades em encontrar Patronopelos seus próprios meios, um Patrono para os respectivos Estágios,seleccionado de entre os Membros da OA que se tenham disponibilizado para oefeito.- A OA desenvolverá anualmente campanhas de sensibilização junto das Entidadespotencialmente interessantes e interessadas em receber Estágios da OA."...e também no regulamento do membro estagiário:RME Artigo 6.º"3. O Estágio é um período de formação que deverá ser remunerado, quer pelaentidade de acolhimento, quer através de bolsa ou subsídio de formaçãoprofissional.4. A Ordem dos Arquitectos deve prestar todas as informações disponíveisrelativamente a bolsas e subsídios de formação"Uma vez que estas situações têm legislação relevante e um procedimento previstojulgo tratar-se mais de uma questão comportamental do que lacuna regulamentar.Deste ponto de vista dos comportamentos julgo não haver, entre todos osintervenientes, qualquer isenção de responsabilidades:1.A Ordem porque não faz valer o seu regulamento interno, raramente penaliza osmembros incumpridores do seu regulamento ou informa os seus candidatos amembros.2.As entidades que fornecem o estágio porque tiram partido de mão de obra baratae eliminam as vagas para profissionais experientes.3.Os estagiários porque aceitam com fatalismo a sua condição de explorado(atitude generalizadíssima).É preciso, no entanto, ter em conta que esta é uma situação relativamenterecente, fruto, como se disse, da súbita abundância deste tipo de mão de obraque, para todos os efeitos está a substituir os desenhadores dentro dosateliers. É também a minha experiência e convicção que cada vez mais ateliersque recorriam, nalguns casos, a dezenas (!) de colaboradores externos e aestagiários nas condições de trabalho que são mencionadas têm vindo a reduzirsubstancialmente a dimensão dos escritórios, previlegiando a passagem de algunscolaboradores a membros efectivos e com uma situação de emprego normal.Chegou-se á conclusão de que alguém não remunerado e com excesso de trabalhosimplesmente não trabalha tão bem como alguém com segurança e perspectivas decarreira!O dinheiro poupado em estagiários para ir para as caríssimas licenças decomputador e outras despesas do apertadíssimo orçamento de um escritório pura esimplesmente não se reflecte nos resultados. (É importante mencionar que umatelier reconhecido em Lisboa usa apenas programas Open-Source e remunera osseus estagiários adequadamente.)Até agora muitas opiniões mostram o estagiário como injustiçado mas o facto éque se ninguém aceitasse um estágio não remunerado os escritórios e a Ordemseriam obrigados a pagar aos seus futuros membros e seria respeitado oregulamento.A atitude fundamental é, portanto, não aceitar. Um colega de Universidade quefrequentei (reconhecida internacionalmente), com um óbvio talento simplesmentenão aceitou estágios não remunerados em ateliers que acabaram depois porrecrutar colegas de curso que aceitaram todas e quaisquer condições detrabalho. O atelier em que estagiei tinha estagiários remunerados e outros nãoremunerados que, apesar do nosso encorajamento, nunca protestaram!O que está mal é a educação miserabilista e conformista com que se vem do EnsinoSuperior.Resumindo, o respeito pelo regulamento parte inicialmente dos futuros membrosque têm ,sobretudo eles,o poder de não baixar a fasquia da dignidade.Se não houver ninguém de quem tirar partido como poderá haver oportunistas?O contrário é que não é verdade...Para os estagiários que querem forçosamente trabalhar num designado escritórioque náo remunera julgo que não é descabido sugerirem outras condições:.trabalhar em part-time ou por objectivos (as horas mínimas de estágio sãopensadas com este objectivo....trabalhar em regime de colaborador externo, propondo-se participar em concursosou obras pontuais (semelhante)No momento da proposta de estágio o candidato deve estabelecer INEQUIVOCA EPREVIAMENTE as condições de estágio: remuneração, horário fixo, duraçao doestágio, perspectivas de carreira, prémios de ordenado, objectivos\obras aparticipar, etc. Nunca se deve deixar isto pouco claro e sobretudo nunca sedeve rebaixar as capacidades que se tem- é contraditório dizer numa entrevistaque se é suficiente bom para se trabalhar num sítio mas tão mau que não semerece ordenado e dignidade...
Boa Sorte!Nuno Ribeiro, Arquitecto

domingo, 1 de julho de 2007

Quando tudo não passa de um nome... (porque a prática tem que ser diferente!)

Aproveitando o facto de que as opinioes aqui veiculadas quererem-se livres e directas, perdoem-me a crueza das seguintes declaraçoes:
Colegas, esta formalidade de preencher uma ficha a dizer que me inscrevo em estágio (?!?) é apenas um lastimável argumento para que deixemos de imediato 200 euros em cima da mesa. Nada mais, nada menos...!! Porque quem nao tem mais valores por que lutar, quer é viver tranquilamente antes que as coisas rebentem, de facto...
Isto chegou a um ponto em que eles já fazem tudo menos representar os Profissionais em Arquitectura. Nós, Profissionais (estagiários qual carapuça!!) é que os sustentamos e amparamos. A eles, que em vez de nos representarem, servem apenas para nos colocarem em embrulhadas e fazerem-nos a cabeça...
Eu nao consigo e nunca conseguirei chamar a isto que estou a fazer de um estágio...! Da mesma forma que nao me chamo a mim próprio estagiário de coisa nenhuma! Estou a trabalhar como qualquer profissional de arquitectura, logo nao tenho que ter tratamento diferente, melhor ou pior! Sou mais novo que a maioria, menos experiência, tudo correcto, mas nao menos importante numa cadeia (quase!) sem fim que representa qualquer projecto de arquitectura!!
Aliás, é por aí que penso que se deve começar: se nos apelidamos de estagiários, é isso que nos vao chamar!! Em todo o lado, mesmo em países (a esmagadora maioria) onde esses, os estagiários, sao aqueles que ainda nao acabaram o curso!!
Pedir trabalho, muito bem!; Humildade, sempre!; mas ajoelhar para trabalhar sem remuneraçao...?!?!!
Este é o meu conselho: risquem, para voces mesmos, esta palavra do vosso dicionário, ela vai cair em desuso! (e já devia era ter caido...!)
Existe, é inegável, uma quantidade absurda e até certo ponto, inimaginável, de escolas de arquitectura em Portugal!! (Sintomas da Ordem que temos... que só consegue controlar o próprio umbigo!) Nao vejo outra soluçao que nao o fecho de bastantes!
Colegas, vamos lutar por uma arquitectura de qualidade em Portugal.
Eu decidi aprender "o como" fora...! Um dia hei-de voltar e ajudar no terreno!!
Carlos Guimarães